Das ruas de Toronto para o palco de um dos maiores eventos do globo.
Esse último domingo os americanos e fãs de esporte pararam para assistir a final da NFL, já o resto do mundo se chocou com a tremenda apresentação de The Weeknd durante o intervalo do jogo. O cantor que vinha de uma relação polêmica com a indústria musical, mais especificamente com a Academia (Grammys), consolidou o clima de sucesso de seu álbum "After Hours" e coroou algumas outras etapas e hits de sua carreira.
Agora o que intriga a todos é: quanto será que Abel recebeu por sua performance?
Zero. Essa é a quantia que a liga de futebol americano se dispôs a pagar pelo show. Apesar de ser um dos eventos de maior audiência global e ter uma das maiores repercussões nos EUA, com custos de inserções e comerciais televisivos astronômicos, o Superbowl não ofereceu nada a atração do Halftime Show, pelo contrário, quem teve que desembolsar a grana foi o próprio artista.
Guiada pela estética "old-fashioned", sombria e elegante de seu último projeto, a apresentação contou com uma estrutura colossal e uma produção impecável. Para fazer sua mágica possível, o orçamento total foi de 7 milhões de dólares, 37 milhões de reais, incluindo todos os gastos com equipamentos, equipe e cenografia. A Pepsi, patrocinadora sênior do evento, ajudou com 1 milhão, já os outros 6 foram na conta do artista da XO que queria e conseguiu chocar a todos.
Pela primeira vez o palco foi erguido em meio a arquibancada do estádio para o início do show, buscando criar o "skyline" de uma metrópole com prédios e luzes fortes. Músicos com trajes a caráter posicionados ao alto incrementavam o cenário e auxiliavam tocando, no violino por exemplo, algumas das mais célebres harmonias do astro. Ao longo da apresentação The Weeknd contracenava e mudava de ambientes conforme a narrativa de "After Hours", e para a alegria dos fãs, cantava DEMAIS, quase sem uso algum de playbacks.
O clímax foi no campo, quando o cantor canadense desceu cercado por múltiplos figurantes com o mesmo traje mas com seus rostos completamente enfaixados, seguindo uma espécie de crítica feita pelo canadense anteriormente. "O significado de todas as bandagens na cabeça está refletindo na cultura absurda das celebridades de Hollywood e nas pessoas que se manipulam por motivos superficiais para agradar e serem validadas", disse Abel a uma entrevista recente no VMA 2020.
O figurino foi outro espetáculo. Desenhado e pensado pelo fundador da Alyx Studios, hoje diretor criativo da Givenchy, Matthew Williams, o terno vermelho levou mais de 250 horas para ser confeccionado.
Ao final do show, o sorriso estampado na cara de Abel revelava sua realização e pelo visto a felicidade em ter pago tal quantia para estar ali. Horas depois, as vendas de músicas do cantor canadense subiram cerca de 385%, com um total de 36.000 cópias vendidas e o hit "Blinding Lights" batendo mais recordes. Vale lembrar que The Weeknd foi o terceiro artista de R&B e o primeiro canadense na história a ser a atração principal do evento.
Como consequência, John Tory, prefeito de Toronto, decidiu homenagear o artista com uma data especial: 7 de fevereiro, dia da sua apresentação no Super Bowl, passa a ser dia oficial de The Weeknd na cidade.
Abel Tesfaye nos mostrou essa semana todo seu talento não só como cantor ou showman mas como um artista fora da curva.
Imagina a cara dos integrantes do quadro de indicações dos Grammys agora hein...
Assista a performance aqui: