O Fantasma do Paraíso: o filme que inspirou Daft Punk

Lançado em 1974, o clássico cult de Brian de Palma, é um ópera rock surreal sobre fama, controle e transformação que até hoje reverbera na cultura pop. 

O filme conta a história de Winslow Leach, um compositor apaixonado traído pelo diabólico produtor musical Swan, que rouba suas composições e arruína sua vida. Desfigurado e desesperado, Winslow passa a assombrar o palácio musical de Swan, o Paradise, usando uma máscara e uma capa, determinado a sabotar a máquina corrupta que o destruiu.

Em entrevista ao New York Times, Thomas Bangalter do Daft Punk descreveu Phantom of the Paradise como “nosso filme favorito, a base de muito do que somos artisticamente”. Décadas depois, eles convidaram Paul Williams, antagonista e responsável pela trilha sonora do longa, para colaborar nas faixas “Touch” e “Beyond”, do álbum Random Access Memories (2013).

A produção é uma colagem explosiva de referências: o personagem principal é inspirado diretamente no Fantasma da Ópera, mas também carrega a essência do Retrato de Dorian Gray, condenado à decadência, preso à sua própria arte, vítima da vaidade e da corrupção do sucesso. Já no centro de tudo está a sombra do Faust, o mito do homem que vende a alma em troca de poder, fama e reconhecimento. 

É uma grande crítica à indústria da música, a exploração dos artistas e a perda de identidade em um mundo movido pelo espetáculo e pela ganância. 

Embora tenha sido um fracasso de bilheteria na época, o filme se tornou um cult aclamado, antecipou a linguagem de videoclipes e perfomances do pop, e hoje é celebrado como uma obra-prima, um delírio que ainda parece estranhamente à frente de seu tempo.


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