Os últimos dias tem marcado uma série de protestos e revoltas cruciais contra o racismo, não só nos Estados Unidos mas no mundo todo. Após a morte de George Floyd, sem razão alguma e de forma brutal por um grupo de policiais brancos. A morte do garoto João Pedro, baleado em sua própria casa durante operação policial no Rio de Janeiro. A população mundial urge por justiça.
Em um cenário continental polarizado, aonde o governo não parece ajudar em nada, nações ao redor do globo estão cada vez mais instáveis e a comunidade negra pede ajuda. Agora mais do que nunca precisamos dessa união e empatia, dessa mudança.
É inquestionável a riqueza e a influência da cultura negra em diversas áreas, mas quando se fala de música, seu talento e contribuição são imensuráveis e fundamentais.
Com base nesse contexto, selecionamos alguns discos de artistas pretos que denunciam de alguma forma esse tipo de assunto e consideramos ser os mais consistentes e geniais. Eternos.
1. To Pimp A Butterfly - Kendrick Lamar, 2015
Mais versátil do que nunca, para muitos foi o álbum que consagrou a carreira do rapper de Compton. Além do rap, outros gêneros como Soul, Cosmic-Funk e muito Jazz endossam o discurso sarcástico e militante de Kenny sobre o que e ser negro nos Estados Unidos. Recheado de mensagens poderosas e instrumentais impecáveis, o trabalho o rendeu o Grammy de melhor álbum de Rap de 2015.
2. Illmatic - Nas, 1994
No ponto. Citado sempre entre os maiores álbuns de rap de todos os tempos, Illmatic é sem duvidas o mais forte trabalho do nova-iorquino Nasir Jones. 10 faixas de pura intensidade e qualidade.
3. Kind Of Blue - Miles Davis, 1959
Kind of Blue marca a história como um dos maiores clássicos do Jazz. Miles que sempre participou ativamente na luta contra o racismo, exprime neste disco todas suas habilidades com uma sonoridade única mudando os rumos do gênero e da música para sempre.
4. Midnight Marauders - A Tribe Called Quest, 1993
O terceiro e memorável álbum do grupo mostra o domínio de todos os integrantes sobre cada aspecto do Hip-Hop. Hits como ‘Electric Relaxation’, ‘Sucka Nigga’ e ‘We Can Get Down’ influenciam até hoje diversas partes da cultura.
5. Things Fall Apart - The Roots, 1999
Visto na época como um álbum extremamente inovador, beats refinados e versos profundos guiam o projeto que também apresenta um viés político e rendeu à banda o Grammy de melhor música com o clássico ‘You Got Me’.
6. A Seat At The Table - Solange, 2016
Enraizada no R&B mas não deixando de explorar outros cenários, o terceiro disco de Solange possui uma atmosfera mais leve que pode se qualificar até ao Indie. Dinâmico, de lírica afiada e cantos estonteantes, a irmã de Beyoncé nos faz desfrutar de milhares de sentimentos em seu mais belo trabalho até então.
7. Straight Outta Compton - NWA, 1988
O álbum de estréia do grupo de gangsta rap em LA, que tinha Ice Cube, Eazy-E, e MC Ren redefiniu a direção do hip-hop na época. Com letras agressivas, protestos e revelações, o disco ainda conta com beats do lendário produtor Dr. DRE.
8. All Amerikkan Bada$$ - Joey Bada$$, 2017
Uma crítica social do início ao fim. Nesse projeto de 8 faixas, Joey revela uma nova parte do seu eu artístico. O rapper do Brooklyn radiografa a verdadeira Amerikka, a terra dos sonhos, com uma linda instrumentalidade e versos sempre apurados. Os destaques ficam com a guitarra memorável de Temptation, os singles Devastated, Land Of The Free e a collab com J.Cole em, Legendary.
9. The Miseducation of Lauryn Hill - Lauryn Hill, 1998
O primeiro e único álbum solo da cantora a coroou para sempre. Um dos mais importantes disco para a Black Music, o mesmo foi o primeiro álbum de Hip-Hop a levar o Grammy de Melhor Álbum do Ano. Lauryn com sua voz maravilhosa flui sobre o Hip-Hop, o Reggae, Soul e o R&B para contar histórias surpreendentes.
10. Aquemini - OutKast, 1998
Com uma vibe mística e dançante, neste trabalho a icônica dupla encontra o equilíbrio entre o groove acelerado e um jazz mais sossegado. Andre 3000 e Big Boi, trazem nas 16 faixas desde versos cômicos a mensagens mais severas e homenagens à grandes nomes da história como a líder Rosa Parks.